domingo, 8 de maio de 2016

Ficha técnica - Moreish 2013


Desde 2010, Antonio Madeira, francês luso-descendente com raizes familiares no Dão Serra da Estrela, tem vindo a pesquizar e a cultivar vinhas velhas situadas em sitios especiais com paixão, dedicação e precisão, aplicando métodos respeituosos pela vida dos solos e que facilitam a expressão do « terroir » nos vinhos. Não utiliza herbicidas e trabalha os solos manualmente com enxadas e a ajuda de um cavalo.

No sopé de Serra da Estrela, 2013 foi um ano de longa e boa maturação. A qualidade dos vinhos de 2013 ficou ligada as uvas que foram vindimidas antes ou depois de uma semana intensa de chuva que occoreu em fim de Setembro. Felizmente no nosso caso, conseguiu-se vindimar toda a produção nos ultimos dias que antecederam a chuva.

Luis Lopes, énologo da Quinta da Pellada, tem-me ajudado a fazer os vinhos desde o inicio desta aventura. O Luis tem tido um papel fundamental neste projecto. Alem de grande amigo, vejo o Luis como um dos mais talentosos enologos da nova geração portuguesa. Uma pessoa aberta, culta, sabia e humilde. Uma pessoa que procura fazer vinhos o mais naturalmente possivel. Partilhamos a mesma filosofia e hoje em dia não trocaria o Luis por nenhum enologo, por mais famoso que seja.

Um dia em que estavamos a trasfegar os tintos de 2013, depois do fim da malolactica, o Luis procurou fazer o lote que mais o emocionasse. Resultou uma barrica em que entraram vinhos de 3 vinhas velhas. Mais tarde, cada vez que provavamos aquela barrica, ficavamos sempre com a ideia de que ela merecia ser engarrafada a parte. Foi o que fizemos.

Pedi ao Luis para escolher o nome do vinho e para criar o rotulo, porque este seria o « seu » vinho. Um vinho que serve para homenagear o talento do Luis e todo o apoio que ele me tem dado desde 2010. O Luis escolheu o nome « Moreish », palavra inglesa que expressa perfeitamente a ideia que o Luis tinha em cabeça no momento de criar o lote : « beber um copo e chorar por mais ! ».

VINIFICACÃO
A filosofia de vinificação esta focada na procura da expressão do terroir da Serra da Estrela. Como tal, não foi utilizado nenhum produto enologico a não ser o sulfuroso.
A fermentação alcoolica realizou-se naturalmente com as leveduras indigenas, em dornas abertas. Procurou-se pouca extracção, trabalhando-se por « infusão » na procura da elegância e finesse caracteristica da região. A temperatura de fermentação foi regulada com sacos de gelo e o frio das noites serranas. 
Depois de prensado, o vinho fez a malolactica em inox e depois passou para uma barrica usada de carvalho francês, onde estagiou  durante 12 meses. O engarrafamento foi efectuado em Julho de 2015.

NOTAS DE PROVA
Vinho de guarda, cheio de energia, focado na sua origem, abrir 1 a 2 horas antes de beber.
Aroma subtil, complexo, cereja rija, mato. Boca elegante e sedosa, cheia de energia, fresca e tensa. Estimula a papilas. Como sugere o nome, um vinho de « beber um copo e chorar por mais ».

INFORMACÃO TECNICA
PRODUTOR    Antonio Madeira         REGIÃO    Dão (Portugal)          TIPO DE SOLO   Granito
VINHA    3 parcelas de vinhas velhas          IDADE DAS CEPAS    50 a 120 anos
CASTAS    Field blend de castas autoctones composto a 75% por Baga, Jaen e Tinta Amarela. Nos outros 25% entram mais de 20 castas antigas.
ALTURA DO MAR    500m          CONDUCÃO DAS VINHAS    Guyot
PERIODO DE VINDIMA     A volta de 20 de Setembro 2013          
FORMA DE VINDIMA    Manual
FERMENTACÃO    Leveduras indigenas, dornas abertas com temperatura controlada
MALOLACTICA    Inox
ESTAGIO    6 meses em inox, seguidos de 12 meses em barricas usada de carvalho francês (225 L).
ENGARRAFADO    Julho 2015
ALCOOL (%)    13,6          PH    3,62          ACIDEZ TOTAL (G/L)    5,91          
ACIDEZ VOLATIL (G/L)    0,69
SO2 LIVRE (MG/L)    16          SO2 TOTAL (MG/L)    46          
AÇÚCAR RESIDUAL (G/L)    0,6
MASSA VOLÚMICA (G/ML)    0,9911
PRODUCÃO    288 garrafas

SUGESTÃO DE ACOMPANHAMENTO    Cordeiro, carnes vermelhas, carnes brancas, pato e bacalhau

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